Existem muitas plantas nativas do Brasil e de outras partes do mundo que nascem espontaneamente em áreas de cultivo, calçadas, quintais, terrenos abandonados, beiras de rio e etc., que por desconhecimento botânico das pessoas, acabam denominando as de matos, ervas daninhas, pragas. No entanto, muitas dessas plantas ou parte delas tem enorme potencial alimentar, são exemplos a serralha (Sonchus oleraceus), caruru (Amaranthus viridis), bertalha-coração (Anredera cordifolia), taioba (Xanthosoma taioba).
Segundo Wilson (1994) cerca de 30 mil ou 10% da biodiversidade vegetal estimada no mundo possuem partes partes comestíveis. No entanto, esse potencial alimental proporcionado pelos vegetais e que poderia enriquecer e diversificar a nossa dieta é ridiculamente aproveitado. Os motivos para isso são vários: baixíssimo conhecimento botânico da população em geral, a necessidade de estudos e pesquisas agronômicas de plantas não convencionais e com potencial alimentar, a nossa monotonia alimentar, entre outros. Cerca de 90% do alimento de origem vegetal consumido no mundo na atualidade vêm de apenas 20 espécies de vegetais (KINUPP,2014).
Para dar mais visibilidade a essas plantas alimentares “desconhecidas”, em 2008 o pesquisador Valdelly Kinupp juntamente com a nutricionista Irany Artechye elaboraram um vídeo, onde o termo PANC foi empregado e passou a ser divulgado a partir de então – a palavra PANC teve sua origem nas iniciais de “Plantas Alimentícias Não Convencionais”.
Vale ressaltar que também são consideradas PANC, as plantas que já possuem uso convencional, porém possuem partes (folhas, raízes, etc.) que não temos o hábito de comer. Exemplo disso é a batata-doce, comemos a batata, no entanto as folhas não temos o hábito de comer e elas são comestíveis.
O Brasil possui uma diversidade vegetal imensa, somos privilegiados por natureza, temos frutos, raízes, flores, folhosas, sementes/castanhas diversas, mas infelizmente são poucos os brasileiros que aproveitam dessa fartura, parte disso de deve a forte influencia da colonização europeia. Segundo (KINUPP,2014) perto de 52 % dos alimentos que consumimos é de origem euroasiática.
É urgente que se realizem pesquisas, estudos para um melhor aproveitamento e divulgação do potencial das PANC, de modo que essas informações cheguem até os pequenos agricultores e a população em geral. Que a oferta e demanda dessas plantas aumentem e, consequentemente, possibilitem um aumento na renda dos agricultores e uma melhora na alimentação da população em geral.
Abaixo seguem imagens de algumas PANC. Espero que cada vez mais as pessoas pesquisem, plantem e comam essas plantas maravilhosas.

Um excelente material para quem quer aprender mais sobre as PANC. Plantas alimentícias não convencionais (PANCs) do Brasil:
guia de identificação, aspectos nutricionais e receitas ilustradas.

PANC, coração bananeira. Temos o hábito de comer bananas, mas poucas pessoas sabem que o coração da bananeira é , também, comestível.
Felipe Furtado Frigieri
Bibliografia
KINUPP, V. F.; LORENZI, H. Plantas alimentícias não convencionais (PANCs) do Brasil: guia de identificação, aspectos nutricionais e receitas ilustradas. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2014.
WILSON, E.O. Diversidade da Vida. São Paulo: Companhia das Letras, 1994. 447 p.
Venho do meio rural adoro plantas já plantei mais duns mil mudas adoro a natureza conheço uma planta comestível conhecida como “saco de bode” come o fruto e a berdoegua que se comé refogada
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Muito legal, Maria. Nunca ouvi falar. Conheço a beldroega, uma delícia.
Abração
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ola bom dia! conheço a taioba comi muito e ate hoje eu planta para ser consumida aqui em casa ela muito rico em iodo.
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Que legal. A taioba é uma delícia, o gosto lembra espinafre.
Um abraço.
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