Devido às condições climáticas dos trópicos – temperaturas elevadas e uma grande quantidade de chuvas – a natureza buscou formas de preservar a estrutura física, química e biológica do solo.
As florestas tropicais “criaram” mecanismos baseados na diversidade de plantas, onde, naturalmente, cada grupo vegetal ou forma vegetal ao ocupar diferentes andares dentro desse ambiente, acaba comportando-se como “filtros de proteção” ou barreiras físicas e somados a isso, uma camada de folhas e galhos (serrapilheira) que caem das plantas e cobrem o solo acabam o protegendo de processos erosivos devido a diminuição da velocidade das gotas de água das chuvas. E, também, esse fatores acabem funcionam como um filtro protetor ao diminuir a incidência solar que atingem a superfície da terra, evitando assim processos o super aquecimento e o ressecamento da superfície – tal processo é de enorme importância para a manutenção e perpetuação de uma grande quantidade de seres que habitam as camadas superficiais do solo (Primavesi, A. 2002).

A imagem mostra as copas de diferentes espécies vegetais em um trecho de Mata Atlântica localizada no Parque Estadual Carlos Botelho. São Miguel Arcanjo – SP.
E como a natureza e perfeita, a mesma camada de folhas, galhos e trocos caídos que protegem o solo, serve, também, de alimento para uma gigantesca quantidade de macro e micro seres (bactérias, fungos, minhocas, entre outros) e, consequentemente, acabam devolvendo para o ambiente uma grande quantidade de nutrientes que serão novamente reabsorvidos pelos vegetais e animais, esse mecanismo é denominado ciclagem de nutrientes é fundamental para a saúde e manutenção do ecossistema.

Na foto verificamos que a decomposição de uma folha. A velocidade da decomposição varia de acordo com a complexidade do carboidrato. Sendo primeira decomposto o amido, depois e celulose e só por último a lignina.
A relação da biodiversidade de seres que habitam o solo aliados ao aporte volumoso e constante de matéria orgânica pelos vegetais nas florestas, contribuí fortemente para formação e sustentação de exuberantes ecossistemas, como é o caso da Amazônia, que mesmo originária de um solo quimicamente pobre apresenta uma megabiodiversidade.
Diante dessas informações, fica claro a necessidade da incorporação da matéria orgânica nos sistemas agrícolas tropicas, além de adotar práticas que possibilitem o aporte constante de matéria orgânica sobre a superfície do solo, de modo a mantê-lo o sempre coberto. Um exemplo disso, são os sistemas agroflorestais, que inserem plantas, desde gramíneas até árvores, com o objetivo de fornecerem, além de tantas funções (madeira, quebra-vendo, frutos, adubo verde, forração etc.) matéria orgânica para o sistema produtivo.

Além de pintarem o caule com cal, que foi discutido aqui neste blog, que não trás beneficio algum, também removeram toda a camada protetora solo. Ficou feio do ponto de vista e terrível paisagístico e agronômico. Ler também: https://plantandovida.wordpress.com/2013/02/06/pintar-o-tronco-das-arvores-com-cal-faz-bem/

Verificamos nesta imagem a ausência de cobertura morta nos canteiros. Isso vai acarretar na erosão do solo, diminuição da vida útil do canteiro, aumento da temperatura do solo e perda de fertilidade.

Implantação de uma agrofloresta e cobertura do solo com materiais vegetais (capim, maona, etc.). Curso de agrofloresta ministrado por Ernst Götsch e Mutirão Agroflorestal, São Joaquim da Barra – SP.

Influência da matéria orgânica no solo. Ler também: https://plantandovida.wordpress.com/2014/10/28/a-importancia-da-materia-organica-no-solo/
Segue abaixo, enumeradamente, os principais benefícios da manutenção de uma cobertura morta sobre o solo nos sistemas agrícolas:
- conservação da umidade do solo,
- diminuição da temperatura da superfície do solo e proteção contra os raios ultra violetas,
- fornecimento de alimento para a vida do solo,
- proteção do solo contra a erosão hídrica (chuva, irrigação) e eólica,
- redução de plantas infestantes ao redor dos cultivos,
- melhoria das condições químicas do solo a longo prazo.
Felipe Furtado Frigieri
Bibliografia
PRIMAVESI, A. Manejo ecológico do solo:a agricultura em regiões tropicais – São Paulo: Nobel, 2002.
ola, alguma informação, sobre a lignina nas raizes? qual tipo e parte de vegetais tem mais lignina e como se da a reação nas raizes depois duma poda?
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Oi Luis,
o teor de lignina vai variar bastante conforme a espécie. Depois que a árvore morre todo o sistema radicular começa a se degradar e ser consumidos pela vida edáfica, com isso cria-se galerias subterrâneas que contribuirão para a drenagem da água, além de melhor as condições químicas e físicas do solo.
Um abraço.
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Bom seu Post! Gostaria de sugerir uma postagem sobre as novidades em relação ao controle de uma erva daninha chamada Drymaria cordata que vem aumentando significativamente aqui na nossa região e também sobre o controle de nematoides no solo que se originam de suas raízes.
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Oi Alencar.
anotado aqui o seu pedido vou tentar escrever algo relacionado. Obrigado pela sugestão.
Um abraço,
Felipe.
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