Com o crescimento das cidades e, consequentemente, a crescente demanda por espaços para manter este ritmo de ocupação caótica; associado a isto, o acelerado desapego das pessoas por questões relacionadas ao campo, a terra e as plantas, tem contribuindo para a diminuição de quintais de terra no ambiente urbano.
Tal alteração reflete na perda significativa de conhecimento das plantas pelo Homem, mudança nos hábitos alimentares, diminuição na taxa de infiltração da água da chuva nas cidades, desaparecimento da biodiversidade e também, perda e esquecimento das atividades que envolvem o manejo da terra.
Antigamente era comum encontrar casas com quintal de terra e pessoas cultivando hortaliças, plantas medicinais/aromáticas e frutíferas – além da criação de pequenos animais, como galinhas, patos e codornas. Naquela época a pressão imobiliária era outra, e sobretudo os costumes, as pessoas tinham mais vínculos com a terra/agricultura.
Hoje em dia, é muito raro encontrarmos casas na cidade que possuam quintal de terra. A grande maioria delas ou não possuem quintal ou se apresentam, estão impermeabilizados por cimento ou pisos.
Para resgatar a presença dos poucos quintais de terra que ainda restam nas cidades, visitei a casa da senhora Luiza que está localizada no município de Itapetininga -SP.
Luiza cultiva em seu quintal diversas plantas, parte do que ela produz ela retira para consumo próprio e o restante ela vende para os vizinhos. Seu quintal de terra tem aproximadamente 120 m². Obs. no dia em que estive lá fazendo a visita, pude acompanhar uma pessoa apareceu para comprar cebolinha e hortelã.
Dentre as diversas espécies que Luiza cultiva em seu quintal, destaco as seguintes: couve, serralha, rúcula, trigo, alho, almeirão, cebolinha, alecrim, coentro, manjerona, alfavaca, arruda, marcela-do-campo, araruta, mangarito, novalgina, malva, girassol, lírio, roseiras, pitanga, mamão, mexerica, pau incenso, manacá de cheiro, pitanga, acerola, jabuticaba e samambaias.
O cultivo dessas plantas em seu quintal, permite que Luiza produza parte de sua alimento de forma bastante saudável e ainda, possibilita um incremento na sua renda com a venda dessas hortaliças. O quintal de terra produtivo cumpre,também, uma importante função dentro do ambiente urbano, como: manutenção da biodiversidade, melhoria da taxa de infiltração de água, alimento para aves, abelhas, etc.
Deveriam haver medidas compensatórias para quem desenvolvesse esse tipo de atividade dentro das cidades, visto que, suas consequências são extremamente benéficas, sejam elas do ponto de vista social, econômico, ambiental e etc.

Resto de folhas secas e triturados. A senhora Luiza utiliza essas folhas para manter o solo protegido e também como fonte de nutrientes, os quais são liberados pela da decomposição das folhas. Além desse material ela utiliza restos da grama cortada pelo vizinho e pó de serra fornecido por serrarias da cidade.

Araruta colhida no quintal da Luiza. Utilizada na culinária, seu amido é recomendado para pessoas com restrições alimentares ao glúten (doença celíaca). Considerado como um alimento de fácil digestão, a fécula da araruta é usada no preparo de mingaus, bolos e biscoitos. Por esta característica, é indicado para idosos, crianças pequenas e pessoas com debilidade física ou doentes em recuperação.
Felipe Furtado Frigieri
Amei o quintal da Cissa.
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Perfeito né Fatima!
Obrigado.
Felipe
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ola Felipe tudo bem? estou procurando mudas de araruta e mangarito para resgatar este cultivo. será que você poderia me ajudar?
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Entrarei em contato com você no seu e-mail
Um abraço,
Felipe.
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